O começo...

Eh, quem diria. Virei uma mulher casada, virei mae, e de uma filha mulher.
A Valentina resolveu surgir na nossa vida durante nossas ferias em Koh Phi Phi. Fica a receita: ilhas inacreditaveis, areia branca, mar azulzinho, muitas horas de trilhas no meio do mato, subindo e descendo morro, frutos do mar de manha a noite, cerveja tailandesa, tempo pra curtir o marido e... Voila! 9 meses depois, um bebe lindo, branco e com olhos azulados chegando pra mudar definitivamente a vida da gente.

Eu nem sabia que ela tava a caminho, e ela ja tava dando um gas no meu desassossego. Era quase fim de maio, e eu sentia que queria uma mudança na minha vida. Achei que o problema era o trabalho, o escritorio, meu chefe. Pedi demissao. Resolvi começar carreira solo, trabalhar em casa. Em menos de uma semana mudei de ideia, me faz bem ter outras pessoas ao redor e criar uma disciplina, uma rotina; eu preciso dessas duas coisas pra render e ser feliz. Fui atras entao de outros escritorios.
Dia 10 de junho quase cheguei atrasada na entrevista com o big boss do CMA (escritorio dos meus sonhos aqui em Praga; sempre quis trabalhar la, por ser maior, ter melhores projetos, ser melhor estruturado), uma dor de barriga incontrolavel me fez parar na primeira cafeteria que encontrei en Andel. Achei que era nervosismo...
Sai da entrevista feliz da vida, com a minha contrataçao acertada. Liguei pro Martin, pra contar as boas novas, e ele alem de me dar os parabens, levantou a lebre: "No crees que quizas estas embarazada?". Pra variar, ele tinha razao. Um teste de farmacia comprovou a suspeita no dia seguinte, e uma semana depois vimos nosso feijaozinho na ecografia pela primeira vez...
Nao tinha como encarar o novo trabalho sem contar a novidade. Pra minha surpresa, me aceitaram mesmo assim.
Conto tudo isso pra tentar justificar meu sumiço desde o ano passado. Nao foi so a gravidez que me fez dominuir o contato com os amigos, a rotina no novo escritorio acabou aniquilando com o meu lado social.